Cozinha

Sorri encolhendo os ombros.
-Isso tu já sabes que és, não sabes? - cortei um bocadinho do bolo.

Abanei a cabeça e encolhi os ombros.
- É melhor deixares arrefecer um bocado. - aconselhei. - Ou depois sentes-te mal. E eu não sirvo para médica. - encolhi os ombros.

Olhei para o bolo e encolhi os ombros.
-Eu gosto dele quente - disse levantando a cabeça para a olhar - serves sim - ri-me.

Abanei a cabeça.
- És responsável por ti. Logo, não serei a tua médica se te fizer mal.
Peguei na fatia que ele cortara e levei-lha à boca, rindo-me.

Olhei para ela e para a fatia comendo um bocadinho da mesma.
-Não me vai fazer mal, podes estar descansada - sorri-lhe.

Encolhi os ombros e sorri.
- Podes agarrar na fatia ou continuo a dar-te à boca como um bebé? - gozei-o.

Abanei a cabeça sorrindo.
-Podes ser tu a dar-me assim sabe melhor - ri-me dando mais uma dentada vendo a minha irmã a entrar toda ensonada na cozinha.

- Se aqui estivesse a maluca da Cassie dizia que estás apaixonado por mim. - gozei.
Continuei a dar-lhe o bolo.
- És de sonos rápidos, Julianne. - brinquei quando a vi entrar na cozinha toda ensonada.

-Porquê? - perguntei de olhos arregalados - e quem é a Cassie? - agarrei na minha irmã quando ela veio para o meu colo e se abraçou a mim.
-Tive um pesadelo.

- Eu sei lá. Ela diz isto de qualquer um.
Sorri.
- Era a pessoa que me compreendia melhor, uma espécie de irmã. Ela ficou lá.
Encolhi os ombros e saltei para me sentar na bancada.
- Que pesadelo? O monstro das bolachas apareceu? Era o teu irmão.

Apenas não comentei mais nada sobre a rapariga que ela estava a falar por causa da minha irmã. Ela abanou a cabeça agarrada à minha camisola.
-Não, já há bolo? - perguntou sentando-se no meu colo.

Assenti.
- Mas ainda está um bocado quente. O teu irmão, se ficar doente, és tu que cuidas dele?

Julianne assentiu orgulhosa.
-Ele trata de mim e eu trato dele, foi sempre assim - disse agarrado a mim.

Sorri e mordi o interior da bochecha com o que me passou pela cabeça.
- Ainda bem que tens quem cuide de ti. - acabei por dizer.

Ela assentiu com a cabeça e voltou a encostar-se a mim com um suspiro.
-O que é que foi? - perguntei passando a mão pelo seu cabelo vendo-a encolher os ombros.
-Não tenho fome.

Abanei as pernas e olhei para o chão, absorvida pelas memórias de quando tinha a idade de Julianne.
Só me lembrava de ir para casas inundas onde nunca era aceite, ou casas luxuosas onde me consideravam demasiado fora do contexto. Nunca tinha sido aceite, até aparecerem os Forks, que não se importavam com a minha maneira de ser.

Levantei o olhar para Mel que estava quase da mesma forma que a minha irmã e suspirei.
-Olhem lá não deprimam agora, vamos comer bolo, isto não faz mal nenhum.

Olhei-o.
- Não estou deprimida. - sorri ligeiramente e cortei o bolo. - Só estava a pensar numas coisas.

Sorri-lhe levemente e encolhi os ombros.
-Não penses, não vale a pena - disse ajudando-a a cortar o bolo e olhei para a minha irmã que me encolheu os ombros quando eu lhe dei um bocado.

Ri-me.
- Não vale mesmo. É só porcaria que me passa pela cabeça. E a razão de ser como sou. - encolhi os ombros e comi um pouco de bolo.

Mordi o lábio um bocado curioso, mas não perguntei nada, não queria ser um intrometido, já a tinha beijado hoje, bastava.
-A nossa mãe morreu quando eu nasci, qual é a tua? - arregalei os olhos quando ouvi Julianne e tapei-lhe a boca com as mãos.
-Não sejas cusca Juli.

Mordi o lábio quando a ouvi e encolhi ligeiramente os ombros.
- Fui abandonada pelos meus "pais" quando nasci. Não os conheço. - disse-lhe, não a ia deixar sem resposta, frisando a palavra ''pais''. Aqueles que me tinham colocado no mundo eram nada para mim, os meus pais agora eram os Forks.
... Se fosse só isso. - completou a vozinha na minha cabeça.
- Ela pode perguntar, Liam. Não levo a mal. - encolhi os ombros.

Juntei as sobrancelhas e encolhi os ombros passando a mão pelo cabelo da minha irmã.
-Mas ela é cusca - disse mais baixo depois de ela ter contado que tinha sido abandonada com os pais - com que idade? - perguntei batendo-me mentalmente por ter sido igual a ela.

Olhei-o por momentos.
- Tinha horas quando me deixaram sozinha. O hospital acabou por me entregar a um centro de acolhimento. Nunca me deram muitas informações.

Assenti com a cabeça baixando o olhar para Julianne que estava a olhar para Melanie um bocadinho assustada.
-Foi muito mau? - perguntou ela saltando do meu colo para ir para o dela.