Quarto do Eric

Saí de dentro dela quando vi, ou melhor, ouvi de novo Mariah e caí ao lado dela na cama, puxando as mantas para tapar as minhas pernas. Fiquei a olhar para o tecto, para depois a olhar quando falou. Ri-me quando disse que podíamos fazer isto mais vezes e encolhi os ombros - tens o meu número.

Rodei na cama até estar deitada de barriga para baixo e fiquei a olhar para ele. Assenti com a cabeça e sorri enquanto enrolava uma mecha de cabelo no meu dedo - Está bem, e tu tens o meu. - mordisquei-lhe o braço - Se quiseres esquecê-la outra vez, podes ligar-me. - olhei para ele de novo - Queres que me vá embora?

Olhei-a quando se virou de barriga para baixo e virei-me de lado para ela encolhendo os ombros assim que me mordeu o braço - Já esqueci - menti. Acho que nem a ia esquecer, o que era estúpido, eu não me podia ter... não, nem sequer ia pensar na palavra, não fazia sentindo. - Se quiseres ir - encolhi os ombros.

Deixei-me estar apoiada nos braços e fiz um sorriso convencido assim que ele disse que já a tinha esquecido - O que é que aconteceu? Apaixonaste-te por uma rapariga que não te liga nenhuma? - levantei uma sobrancelha. Encolhi os ombros e continuei a olhá-lo - Não tenho nada para fazer, por isso se me quiseres mandar embora posso ir ou ficar.

Fiquei a olha-la sem saber o que haveria dizer, mas acabei por encolher os ombros, virando-me de barriga para cima e olhando para a janela do meu quarto - ligar liga, demassiado. Tem namorado. - voltei a olha-la e sorri levemente - podes ficar, a minha mãe vai adorar-te- estava a ser super irónico mas falei no meu tom normal.

Levantei uma sobrancelha novamente quando ele disse que ligava demasiado mas tinha namorado - Então, andava a fazer-se a ti quanto tinha namorado? - fiz uma careta - E eu é que sou a cabra. - abanei a cabeça e olhei para ele - Gostas dela? - volte a deitar-me na cama e assenti com a cabeça - Então posso ficar.

Fiz uma careta com o que ela disse, se Lilly soubesse que a melhor amiga ou só amiga, não sei, lhe tinha chamado cabra ia passar-se. Encolhi os ombros quando me perguntou se gostava dela e foi aí que percebi que sim, sim eu gostava mesmo dela, mas nem valia a pena. - Gosto - assenti quando disse que ficava e agarrei-me às minhas almofadas que ainda cheiravam ao seu perfume, pelo menos adormecia sempre com ele.

Balancei as pernas e fiquei a olhar para ele quando disse que gostava da outra - E mesmo assim estás aqui comigo. - assenti com a cabeça e encolhi os ombros - Ela não te merece nem vale a pena se te engana. Se ela também gostasse de ti, não se fazia a ti quando tem namorado. - disse com um revirar de olhos. Olhei-o quando se agarrou à almofada e deite a cabeça de novo na cama.

Encolhi os ombros - e quê? Eu não tenho nada com ela, posso divertir-me - disse com os olhos fechados, abrindo-os com o que ela disse de seguida. Sim, ela tinha razão, ela não gostava de mim, provavelmente só se aproveitava de algo, caso contrário dizia-me. - Sim, tens razão - acabei por dizer enfiando a cabeça na almofada.

Continuei apoiada com os cotovelos no colchão enquanto pensava naquelas coisas - Mas tu disseste que vocês nunca fizeram nada. - levantei uma sobrancelha e balancei as pernas para a frente e para trás - Se calhar - abanei a cabeça e interrompi aqueles pensamentos porque não estava a chegar a lugar nenhum - Devias esquecê-la, pelos vistos ela não vale a pena. E devia ser horrivel a fazer sexo.

Encolhi os ombros - nunca deu e... - nem sabia porque é que nunca aproveitávamos, quer dizer, sabia, mas não lhe ia dizer ou ela ia perceber que a pessoa de que estávamos a falar era Lilly. - O que é que eu estou a fazer ? - perguntei levantando a cabeça rindo-me mentalmente quando disse que ela devia ser má no sexo, apostava que não.

- Fazes muito bem. - disse com um sorriso convencido - Tens de esquecer essa rapariga que o mais certo é ter voltado para o namorado e já te ter esquecido. - disse com um encolher de ombros - Podes ligar-me sempre que quiseres e tens de te animar. - semicerrei os olhos e levantei-me - Anda, vamos a qualquer lado.

Dei um pequeno suspiro olhando para Mariah, sem a estar a olhar concretamente, só conseguia pensar nela. Claro que fazia bem, eu não podia continuar com uma rapariga com namorado, por mais engatatão que fosse antes e depois, eu não era assim. - Não tens namorado pois não? - perguntei, que pergunta estúpida, era a Mariah. Sentei-me na cama assim que se levantou e estiquei-me até aos meus boxers, vestindo-os - onde? - não me apetecia sair para lado nenhum, estava a deprimir, mas depois tive uma ideia. Uma ideia perfeita porque sabia que assim ia conseguir. Ou então não. - Vem a Marrocos comigo.

Levantei uma sobrancelha com a pergunta dele e abanei a cabeça - Não te preocupes, não tenho namorado nenhum. - apanhei a minha roupa e parei a meio de vestir o vestido quando ele disse para ir com ele a Marrocos - Marrocos? - repeti de olhos arregalados - Quando? - acabei de me vestir ainda a olhar para ele - Eu vou.

Sorri quando perguntou quando e encolhi os ombros vestindo as calças e agarrando no meu telemóvel para ligar à companhia onde estava o jacto particular da família - agora, compramos roupa lá - olhei-a - podes vir agora? - perguntei - eu posso esperar, mas não espero muito - encolhi os ombros cm um sorrizinho agarrando na minha carteira.

Fui assentindo com a cabeça à medida que o Eric falava e acabei mesmo por me rir - Sim, posso ir agora. - não tinha ninguém a quem dar justificações para onde ia ou o que fazia por isso sim, ir de repente para Marrocos era bem pensado - Pensamos em tudo lá, agora vamos. - disse rindo-me. Eu acho que estava mesmo apaixonada por ele.

Ri-me dando-lhe a mão e fui ao seu lado para o andar debaixo, vendo a minha mãe na sala. - Adeus mãe - disse-lhe apenas, ela também... mesmo ela tendo namorado queria que eu me casasse com ela? Por amor de deus. Ela olhou-me de lado por causa de Mariah, mas eu nem liguei. Assim que saímos de casa olhei para Mariah - eu já liguei - olhei para o meu telemóvel - vou só reservar um quarto num hotel, conduzes tu, está bem?.

Desci de mão dada com o Eric e sorri à mãe dele que não gostava mesmo nada de mim pelos vistos. Não fazia mal, o filho gostava - Adeus. - disse-lhe simplesmente antes de sair de casa com o Eric. Assenti com a cabeça enquanto o Eric falava e agarrei nas chaves do carro, abrindo o mesmo para que entrássemos - Está bem. Arranja um hotel decente. - olhei para ele enquanto ligava o carro - E diz-me o caminho.

Olhei para a zona da bala, que agora era apenas um buraco porque não havia bala e abanei a cabeça entrando. Já tinham limpo o jipe, mas eu continuava com umas memórias nada boas na cabeça quando me lembrava do que tinha acontecido. Pelo menos isto tudo serviu para eu saber a verdade. Fiz uma careta quando Mariah quase exigiu um hotel decente - vamos para um motel lá nos subúrbios. - resmunguei enquanto tentava arranjar vagas nos melhores hotéis.

Revirei os olhos com o que ele disse e comecei a conduzir em direção ao local que ele me tinha indicado, onde estava o jacto. Fiz uma careta quando vi que o jipe estava todo marcado e levantei uma sobrancelha - O que é que se passou? Sobreviveste a um assalto dentro desta coisa?

Levantei a cabeça do meu iPad para a olhar e abanei a cabeça, voltando a olhar para os hotéis, mas acabei por suspirar, baixando aquilo e deixando-o cair nos meus joelhos - tentaram matar uma pessoa, ou a mim, ainda não percebi. - encolhi os ombros como se não fosse nada de importante, sentindo o meu coração falhar algumas batidas. - já está reservado.

Arregalei os olhos e agarrei-me melhor ao voltante para não termos nenhum acidente - Credo. Tu estás bem? - perguntei preocupada tentando não desviar o olhar da estrada. Assenti com a cabeça quando ele disse que o hotel já estava marcado e sorri - Ainda bem, estamos a chegar.

Encolhi os ombros com a sua pergunta - eu estou - disse, mas a outra levou um tiro. Apesar de toda a raiva, estava preocupada com ela, só esperava que tivesse bem, caso contrário... Cerrei o maxilar para controlar a vontade que tinha de atirar Mariah para a estrada e dar a volta para ir ter com ela e olhei de novo para o telemóvel. Não, não lhe ia telefonar. - Fixe - disse começando a ver o aeródromo ao longe.

- Ainda bem. - murmurei ainda de olhos arregalados. Assim que chegámos, estacionei o carro e sai do mesmo, atirando-lhe as chaves de seguida, lançando um último olhar ao jipe, principalmente à zona onde haviam marcas que não faziam parte da pintura - Tens a certeza? - perguntei olhando-o.

Assenti com a cabeça assim que disse "ainda bem" e encostei a cabeça ao banco. Eu precisava mesmo de ir, apesar de tudo o que ia acontecer enquanto eu estivesse fora. A minha mãe ia ficar fula, a minha irmã e o meu irmão iam ficar chateados e tristes comigo, mas eu tinha mesmo que sair dali e sabia que se não fizesse alguma coisa deste género que a minha mãe não me ia deixar. - Absoluta. - eu ia esquece-la.