Quarto da Lilly

Sentei-me na cama quando ela saiu e agarrei no copo de água e no comprimido tomando-o e bebendo a água toda de uma só vez, bem precisava, estava todo a desidratar. Levantei uma sobrancelha quando disse que podia ir sozinha - vai, diz que não queres companhia ou foge de casa - ri-me - eu posso tratar da minha mãe. - encolhi os ombros e passei as mãos pelo cabelo - desculpa ter aparecido do nada - disse de sobrancelha levantada quando me lembrei que tinha aparecido pela janela feito maluco.

Olhei para o Eric quando falou e ri-me com o que ele disse, encolhendo os ombros de seguida - Isso é muito mau, é melhor aturá-las. - apoiei-me nos cotovelos e voltei a rir quando ele pediu desculpa por ter aparecido ali na noite anterior - Não te preocupes, até és um bêbado fácil de aturar. - voltei a levantar-me da cama desta vez para ir até ao roupeiro e tirar uma roupa lavada para vestir para poder sair à rua - Por isso podes voltar a aparecer.

Só agora é que estava a reparar na roupa que tinha vestida, um robe de Lilly. Fiz uma careta levantando as mantas para ver melhor como aquilo me estava vestido - pareço uma bicha - resmunguei - Queres aturar-me bêbado enquanto estamos casados? - perguntei - eu prefiro que te embebedes comigo e acho que tu também devias preferir.

Voltei a olhar para o Eric quando falou e ri-me quando voltou a dizer que parecia uma bicha - Já disseste isso ontem e eu não tenho culpa se te quiseste mandar para a banheira todo vestido. - encolhi a roupa e despi o meu pijama, vestindo uns calções de ganga e um top. Se nos íamos casar, não fazia mal se ele me visse, até porque eu estava de costas para ele, não via grande coisa. Voltei a rir com o que ele disse e encolhi os ombros - Sim, é mais giro ficar bêbada também.

Suspirei passando as mãos pelos olhos, não ia propriamente despir-me à frente dela, e ela sabia bem porquê. Apesar de não pensar muito nisso, bêbado, eu continuava a não conseguir tirar a camisola à frente das outras pessoas. Olhei para Lilly que estava a trocar de roupa e nem por isso desviei o olhar, acho que podia olhar à vontade, visto que ela ia ser minha esposa dentro de alguns dias. - Eu preciso de ir - suspirei sentando-me de novo na cama - ou a minha mãe mata-me.

Assim que fiquei pronta, olhei para o Eric quando disse que tinha de ir - Está bem. - dei um jeito ao meu cabelo que não estava assim muito despenteado e era a única maneira de ficar com os meus caracóis porque se penteasse o cabelo ficava sem eles. Mordi o lábio inferior enquanto pensava - Mas acho que é melhor ires pela janela. - disse com uma cara sofrida - Se a minha te vê aqui vai começar com as coisas dela e já sabes como é, é melhor ires sem ela te pôr a vista em cima.

Levantei-me indo vestir a minha roupa à casa de banho, ainda estava húmida, mas eu aguentava até casa. Aproximei-me de novo de Lilly e beijei-lhe a bochecha olhando a janela - não faz mal, a culpa é minha - ri-me e fui até ela e quando já estava lá fora voltei a espreitar - boa última prova de vestido. -brinquei com ela com um tom de gozo saltando depois para o chão.

Sorri quando o Eric veio ter comigo para me dar um beijinho na bochecha e caminhei atrás dele, olhando pela janela depois de ele sair pela mesma - Ao menos não foste fazer porcaria de bêbado para outro sítio qualquer nem foste parar à prisão. - disse com um meio sorriso apesar de não ter graça nenhuma. Fiz-lhe cara de má e mostrei-lhe um pirete quando ele se pôs a gozar comigo - Não te preocupes, vais adorar ver-me no dia do nosso casamento.

Ri-me lembrando-me que tinha que me calar para que ninguém me ouvisse - eu sou bem comportado, o máximo dos máximos ia parar ao hospital outra vez. - fiz um sorriso maroto esperando que ela se lembrasse do dia que nos tinhamos conhecido e virei costas para ir para o meu carro, que tinha um risco enorme numa das portas. Revirei os olhos e entrei, indo para a porcaria da minha prova de fato -e eu a pensar que só as noivas é que faziam isso. - comentei para mim mesmo.

- Adeus. - semicerrei-lhe os olhos e voltei a fechar a janela. Agarrei na minha mala e fugi de casa antes que a minha tia desse conta, não sem antes me despedir do Ben. Entrei no meu carro e conduzi até à loja onde tinha experimentado o vestido da outra vez. Não percebia porque é que tinha de fazer a prova e falar de tudo de novo mas mais valia despachar isto de uma vez para depois conseguir ficar livre.