Starbucks

Mordi o lábio quando me puxou para ele e estremeci ligeiramente ao sentir a sua língua na minha bochecha. Fechei os olhos e proibí-me de suspirar.
- Despacha-te.- murmurei.

Sorri interiormente e continuei a lamber-lhe as partes da cara onde tinha gelado até esta ficar limpa. Afastei-me um pouco e peguei num pouco de gelado que ainda tinha na minha cara, passei o dedo nos lábios dela sujando-os de gelado e depois passei a língua ao longo dos seus lábios. - Já está... - sussurrei bem perto dela e depois afastei-me ligeiramente com um sorrisinho maroto.

Continuei de olhos fechados enquanto sentia a sua língua na minha pele, e por mais que quisesse, não me afastei. Ou se calhar não queria assim tanto. Fiz uma careta quando senti uma coisa fria nos lábios e depois uma quente. Abri os olhos e arregalei-os ao ver a sua língua passar pelos meus lábios.
- Porque é que fizeste isto? - guinchei, tentando voltar a recuperar os meus sentidos.- aí não estava sujo.- resmunguei, passando as costas da mão pela boca.

Mordi o lábio com força e encostei-me para trás na cadeira. Ri-me levemente da maneira como ela reagiu ao que eu tinha feito. - Ai estava sim... e se quiseres até pode voltar a ficar sujo... - provoquei com um sorriso.

Fiquei a olhá-lo e acabei por revirar os olhos.
- Não obrigada.- resmunguei.- já chega a baba que tenho na bochecha.- sorri cinicamente.- não pretendo ficar com vestígios teus em mais sítio nenhum.- resmunguei e recostei-me na cadeira tal como eu, mas onde é que a Marie se tinha metido?

- Não resmungues. - disse olhando para ela, cruzei os braços. - Tu disseste que podia lamber. - emcolhi os ombros. - Sim claro, sei bem que queres não precisas de negar. - sorri e olhei para trás dela vendo a Marie a vir. Revirei os olhos, tinha de vir logo agora que isto estava tão interessante e divertido.

- E tu mortinho por fazer isso.- encolhi os ombros com um sorriso ciníco.- eu sei muito bem que só te fiz uma favor ao dizer que podias.- pisquei-lhe o olho e vi Marie aproximar-se.- estava a ver que não.- arregalei os olhos.- passou-se alguma coisa?

- Pois estava... - admiti com um sorriso. - Hmhm diz o que quiseres, porque sei que o que pensas não é isso. - Suspirei quando a Marie chegou à nossa beira e se sentou no seu lugar.
- Não. - respondeu ela ao que a Emilly lhe tinha perguntado. - Porquê? Aposto que vocês nem deram pela minha falta. - soltou um risinho.

Apenas ignorei todas as coisas que ele dizia, porque...porque...nada. Ele era irritante e não valia a pena.
- Até parece.- revirei os olhos a Marie.- já acabaste? Preciso de ir tomar um banho urgentemente.- olhei para o irmão dela com um sorriso cínico.

- Eu não dei pela tua falta! - disse para a Marie com um revirar de olhos. - Até podias era ter demorado mais. - acrescentei. Ela revirou os olhos ignorando o que eu disse e olhou para a Emilly.
- Sim. - respondeu-lhe Marie com uma cara meia confusa. - Podemos ir, acho eu.
- Queres companhia... no banho? - perguntei com cara de gozo e a rir-me.

Não consegui controlar-me e acabei por lhe fazer um pirete quando começou com os risinhos dele.
- Isso querias tu, vir-me fazer companhia.- pisquei-lhe o olho e levantei-me, ajeitando a minha mala ao ombro.- se quiserem podem ir para casa, a minha fica perto daqui.- encolhi ligeiramente os ombros.- não me importo de ir sozinha.

Ri-me ainda mais. - Nem imaginas tu o quanto queria. - provoquei ainda a rir-me. Levantei-me também depois de elas as duas já se terem levantado. - Não me importo de te fazer companhia até casa. - disse olhando-a. - Podem raptar-te pelo caminho. - gozei.

Sorri-lhe cinicamente.
- Isso sei eu.- provoquei e revirei os olhos com o que disse depois.- não obrigada, acho que é mais perigoso ir contigo do que ser raptada.- disse toda irónica.

- Porquê? - perguntei olhando-a. - Tens medo que te faça alguma coisa é? - mordi o lábio e fui interrompido pela Marie.
- Concordo com o Dylan, é melhor não ires sozinha. - olhou para o relógio. - Ainda por cima já está a ficar tarde. - disse com um revirar de olhos. - Fazemos assim, o Dylan vai contigo e eu aproveito e vou já para casa para estudar um pouco sim? - perguntou olhando para nós os dois e depois voltou a olhar para a Emilly. - E não precisas de ter medo dele, não te vai morder. - soltou um risinho.

Revirei os olhos a Dylan e ia abrir a boca para lhe responder quando Marie nos imterrompeu. Arregalei os olhos à medida que ela falava e fui abanando a cabeça. Ela devia estar maluca, é que só podia. Devia ter batido com a cabeça na sanita ou assim.
- Não..- murmurei.- eu não tenho medo dele.- resmunguei.- mas também não tenho medo de ir sozinha.- cruzei os braços ao peito.- eu não preciso que ele me leve.

- Não sejas teimosa. - resmungou Marie e começou a puxá-la lá para fora pelo braço. Segui-as rindo-me baixinho. - Ele vai contigo e acabou-se o assunto. - acrescentou e depois olhou para mim de relance. - É para te comportares Dylan. - avisou-me. Revirei os olhos.
- Eu sou um anjinho. - disse com uma voz fofa.

Tentei debater-me, mas com Marie não valia a pena. Quando ela metia uma coisa na cabeça, nada a fazia mudar de ideias. Revirei os olhos amuada e fiz com que me largasse.
- É bom que saibas que te odeio depois disto.- resmunguei e olhei para Dylan.- demoras muito? Ainda quero chegar a casa hoje.- resmunguei, começando a andar sem esperar por ninguém.

- Eu também te adoro. - retorquiu Marie a rir-se.
- Estou a ir. - resmunguei e comecei a andar atrás dela deixando Marie para trás. Ouvi-a "gritar" algo para se despedir de Emilly que ia alguns passos à minha frente.

Não me dignei a olhar para trás para ver se ele estava a vir ou não e apenas fiz um pirete a Marie, de costas para ela. Revirei os olhos e mandei um bocado de cabelo para trás das costas, retirando os óculos por já não estar sol nenhum.

Continuei a andar atrás dela tentando apanhar o seu passo e revirei os olhos. - Podes andar um bocado mais devagar oh amuadinha? - perguntei olhando-a de cima abaixo e mordendo o lábio.

Revirei os olhos quando ouvi a sua voz irritante e olhei-o por cima do ombro, voltando a olhar para a frente depois.
- Cala-te.- resmunguei, continuando a andar da mesma forma.

Revirei os olhos e andei um pouco mais depressa. - Porque não me calas tu? - perguntei quando por fim consegui chegar à beira dela.

Mordi a parte de dentro da bochecha quando o senti ao meu lado, mas continuei a olhar em frente.
- Porque tu sabes muito bem calar-te sozinho.- ripostei, engolindo em seco quando me lembrei da sua língua a passar pelos meus lábios. Estúpido.

Olhei para ela e fiz um sorriso tarado apesar de ela não ver pois não estava a olhar para mim. - Pois sei, mas ia ser muito melhor se fosses tu a calar-me. - retorqui.

Revirei os olhos quando falou e atravessei a rua, estremecendo por estarmos a passar por aquela rua nada famosa perto de minha casa. Durante a noite só se ouviam barulhos estranhos por aqui. Tentei apressar o passo e olhei-o finalmente.
- Não te vou beijar, bem que podes tirar o cavalinho da chuva.