Automóvel de Eric Grant

Relembrando a primeira mensagem :

depois

Fiz uma careta quando senti a mão dela e olhei para a minha perna.
-Obrigado - disse apenas e ainda um bocado contrariado, mas tinha mesmo necessidade de o fazer. Voltei a encostar a cabeça à parede e fechei os olhos sentindo-me mais cansado que nunca.

Mordi o lábio inferior enquanto olhava para ele pelo canto do olho. Ele era demasiado estúpido mas mesmo assim eu queria ajudá-lo. A estúpida ali era eu. Suspirei baixinho e deixei-me estar em silêncio.

Olhei para Lilliane e levantei as sobrancelhas enquanto a olhava.
-Estás com cara de quem se quer matar a si própria e o resto - fiz uma careta - acho melhor é fugirmos todos.

Fiz uma careta sem perceber o que é que ele estava para ali a dizer - Hmm, podes deixar de falar em mortes? - virei-me para ele - Por favor. - encolhi os ombros - E não me quero matar nem ao resto não precisam de fugir.

Ouvi a minha mãe a rir-se enquanto abanava a cabeça e eu apenas olhei Lillianne.
-Coitadinha - sorri cinicamente e abanei a cabeça voltando a encostar a mesma ao vidro enquanto olhava por lá.

Revirei os olhos com o que ele disse e controlei-me para não lhe dar um caldo porque ele era tão irritante - Obrigada, Fred.

Virei a cabeça na direcção dela quando me chamou de Fred e abanei a cabeça abanando também um dedo à frente de cara dela.
-Não me chames isso.

Arqueei uma sobrancelha quando abanou o dedo na minha cara - Mas é o teu nome. Ah, preferes Frederic? - perguntei-lhe sem perceber.

-É Eric - disse baixando o braço da cara dela e cruzando os dois ao meu peito ao mesmo tempo que a minha mãe parava o carro.
-Vocês discutem muito - resmungou ela. - dêem-se bem.

- Eric. - repeti o que ele disse - Está bem. - mordi o interior da bochecha quando o carro parou e olhei para a mãe dele. Porque é que tinhamos de nos dar bem? Esperava era não voltar a vê-lo.

Revirei os olhos à minha mãe.
-Pára de fazer isso Frederic - bati com a mão na testa e abanei a cabeça.
-Leva-me é a casa e depois vai leva-la. - resmunguei voltando a cruzar os braços ao peito. A minha mãe fez uma careta e voltou a endireitar-se no carro.
-Não.
-Mãe! - mordi o lábio com força e olhei para a janela.

Levantei uma sobrancelha quando eles começaram a discutir. Era estúpido mas.. até de discutir com a minha mãe tinha saudades...
- Pode levar-me é a casa primeiro.. - disse baixinho - E depois podem ir fazer as vossas coisas. Não quero incomodar-vos.

Revirei os olhos quando ela falou e respirei fundo para ela me acalmar.
-Está bem, leva-a lá a casa - resmunguei apesar de saber que era isso que ela queria e ia fazer.

Mordi o interior da bochecha enquanto olhava pela janela. Não percebia porque é que ele era tão passado, mas pronto, também não interessava para nada, nunca mais o ia ver - Obrigada. - agradeci.

Mais uma vez o carro parou e eu olhei para a minha mãe que me olhava pelo retrovisor. Revirei-lhe os olhos propositadamente e virei a cara para Lilly fazendo-lhe um sorriso.
-Até nunca.
-Eric, pára de ser estúpido. - ralhou a minha mãe com um suspiro - até depois querida.

Tirei as pernas dele de cima do meu colo com cuidado para não o magoar mas o que ele merecia era que lhe atirasse as pernas. Revirei os olhos para ele e fiz-lhe um pirete enquanto sorria cinicamente. Estava farta de o aturar. Virei-me para a mãe dele e sorri-lhe - Obrigada por tudo.

Fingi que a imitava e tentei posicionar bem a minha perna.
-De nada, manda cumprimentos aos teus tios - sorriu a minha mãe e eu fechei a porta na cara dela com outro sorriso.
-Anda lá mãe, preciso da minha cama.

Voltei a revirar os olhos e virei-lhe as costas. Mordi o lábio inferior quando olhei para a minha casa e entrei. Felizmente os meus tios estavam a trabalhar ainda. Não é que eles gostassem muito de o fazer mas ao menos ainda tinham alguma cabeça. Subi as escadas para o meu quarto e fui enfiar-me na cama. Se o Ben viesse a casa sabia onde eu estava.

Suspirei fechando os olhos com força, só depois me lembrando que estava numa estrada, que por sinal tinha muito transito. -Não te desculpes pelo carro - resmunguei olhando depois para ela, vendo os seus olhos a revirarem. Mordi o lábio dando-lhe uma palmadinha na cara - acordada Lillianne, ai de ti se adormeces. Fala comigo - olhei-a de lado para também estar com atenção na estrada. Com a velocidade que ia, se tivéssemos um acidente morríamos os dois. - O tiro era para mim não era?

Levantei a cabeça quando ele me deu uma palmada e fiz uma careta, apertando melhor o braço - Pensava que não gostavas de mim. Não te devia interessas o que me acontecia. - murmurei com um suspiro e enterrei-me mais no banco, mordendo o interior da bochecha com força por causa das dores - Não sei. - disse apenas esperando que ele deixasse aquele assunto.

Revirei os olhos com o que ela disse, mas nem disse mais nada, acelerando antes que o sinal ficasse vermelho e safei-me por pouco - Responde-me, diz-me a verdade, eu sei que sabes. - olhei-a aproveitando que tinha que falar com ela antes que ela adormecesse - era para mim? - voltei a perguntar.

Tentei encolher os ombros mas arrependi-me quando a dor voltou a afetar-me o braço, fazendo-me encolher-me toda - Merda. - cerrei o maxilar com força. Olhei para ele e abanei a cabeça, enquanto tentava regular a minha respiração e me manter consciente - Não sei, foi tudo muito rápido. Eu só vi a luz e empurrei-te. - mordi o interior da bochecha. Odiava mentir porque era horrivel a fazê-lo, mas esperava que ele acreditasse - Estava a apontar para o jipe, podia ser para mim ou para ti.

Olhei para ela pelo canto do olho e não sabia se havia de acreditar ou não. Também.. o que é que interessava? Quem estava ferida era ela, não era eu. - De certeza que não andam atrás de ti, por isso - encolhi os ombros olhando-a quando chegámos e apressei-me a ir até ao seu lado, abrindo-lhe a porta. - Não durmas - pedi-lhe puxando-a para o meu colo começando a correr até às urgências.