Quarto do Eric

Ri-me quando ele me chamou tarada e abanei a cabeça - Tarada era se te estivesse a apalpar agora. Naquela altura tinha um motivo para ter as mãos nessa zona. - esfreguei o nariz na camisola dele enquanto fechava os olhos e mordi o lábio ao sentir o cheiro dele - Eu sou uma sortuda. - disse mais baixo.

-Tu só não estás a apalpar-me agora porque estás com medo que eu te volte a chamar de tarada, porque tu bem queres - gozei com ela ficando paradinho quando roçou o nariz na minha camisola. Arrepiei-me todo, por outros motivos que não envolviam taradisse e encostei a cabeça à dela para ficar mais quentinho, mas acho que já estava era demais. - Nem sabes porquê - disse ao mesmo tom que ela.

Mordi o lábio para não me rir e belisquei-lhe uma perna - Pronto, chama-me lá tarada outra vez. - voltei a fechar os olhos e suspirei baixinho, enquanto ficava quentinha ali com ele - Porquê?

-Tarada - revirei os olhos e agarrei na sua mão encolhendo as minhas pernas - Cuidado que isso dói - belisquei-lhe a barriga encolhendo os ombros com a sua pergunta. - Por nada, esquece. - comecei a sentir os meus olhos a ficarem pesados.

Dei uma gargalhada quando me beliscou as pernas e puxei-as para cima, ficando em ovinho enquanto me chagava para ele - Está bem. - murmurei. Ia continuar a chateá-lo mas a verdade é que estava demasiado cansada para o fazer.

Sorri contente por não ter insistido e como recompensa puxei-a mais para mim, também para me conseguir aquecer. Os meus olhos já estava pedra quando ouvi a porta. Suspirei baixinho abrindo os olhos.
-Eu estava quase a... - sentei-me na cama vendo a minha irmã preocupada. Ela nunca batia à porta, era impressionante.

Sorri quando ele me puxou mais para ele e senti um arrepio, que me fez encolher mais. Abri os olhos quando a porta se abriu e o Eric se sentou de repente. Deixei-me estar debaixo das mantas e mordi o lábio inferior, ficando sossegada.

-Não consigo dormir - queixou-se agarrada ao urso dela - o Alex já adormeceu - veio para o meu lado na cama e eu fiz uma careta, faltava pouco até ela reparar em Lilly.
-Estou doente princesa, não podes agarrar-te muito a mim - ela fez um beicinho que eu não lhe conseguia resistir.
-Por favor.

Não consegui ver a irmã dele mas fiquei a sorrir que nem uma parvinha enquanto a ouvia. Ela fazia tanto lembrar-me o Ben. E... lembrar-me do Ben fazia lembrar-me do meu pai. Não ia deixar que lhe fizessem mal, não ao Ben. Bastava a Mia que tinha morrido em criança, não ia deixar que lhe acontecesse o mesmo. Levantei ligeiramente as mantas para conseguir olhar para o Eric e belisquei-lhe a perna - Posso ir embora se quiseres. - disse apenas a mexer os lábios sem pronunciar qualquer som.

-Au - queixei-me olhando para trás com cara de mau e abanei a cabeça, Rachel ia vê-la de qualquer das formas, era demasiado esperta para não topar.
-O que foi? Ainda tens dores? - perguntou toda preocupada e não consegui não sorrir e abanar a cabeça. Ela semicerrou os olhos e espreitou para o meu lado. Chegou-se para mim e abraçou-me o pescoço - está ali em baixo alguém não está? - perguntou baixinho ao meu ouvido.

Pedi desculpa novamente apenas a mexer os lábios e agarrei-me mais às mantas quando senti a rapariguinha a chegar-se para perto do Eric. Mordi o lábio inferior e tentei ficar o mais sossegada possivel.

Sorri a Rachel e ela riu-se levantando um bocadinho a manta e espreitando para baixo - olá - disse ela toda sorrindente.
-Pronto, já sabes, agora fica de bico calado - ela assentiu com a cabeça agarrando-se ao meu braço. - Fica aí desse lado e tenta dormir - disse-lhe.

Tirei a cabeça debaixo das mantas quando a rapariguinha a levantou e sorri-lhe - Olá. - ela era completamente adorável e era tão lindinha. Deixei-me estar só com a cabeça de fora porque tinha demasiado frio para me destapar toda - Eu posso ir embora se quiseres. - disse ao Eric enquanto me chegava para a ponta da cama.

-Não precisas, ela não diz nada a ninguém - disse sentindo Rachel encostar a cabeça à minha barriga suspirei porque estava a morrer de frio e ainda tinha que ficar sem as mantas para cima - estás na mesma? - perguntei passando-lhe a mão pelaa bochecha.

Sorri quando vi a pequenina a deitar-se toda encostada ao Eric e ajeitei-me bem debaixo das mantas. Os tremeliques voltaram mais ou menos e eu só queria ficar quentinha - Nunca mais não faço aquilo que tu dizes. - disse com um revirar de olhos.

Ri-me puxando Lilly e passei a mão pelo seu cabelo tapando-a melhor enquanto a minha irmã adormecia aos poucos.
-Eu avisei-te e se não fosse mau como dizes ainda estava lá - revirei os olhos.

Sorri quando ele me puxou para ele porque estava quase a cair da cama e passei a pontinha dos dedos pela bochecha da irmã dele que já estava meio adormecida - Tu às vezes és mau, outras és mais simpático. - expliquei.

Olhei para Rachel e dei-lhe festinhas no cabelo loirinho ouvindo-a suspirar e remexer-se o que indicava que tinha adormecido. Sorri beijando-lhe a cabeça e virei a cara para Lilly. - Claro, sou bipolar, nunca ouviste falar disso? - gozei com um revirar de olhos.

Sorri enquanto olhava para a rapariga e agarrei-me mais à almofada enquanto me metia debaixo das mantas, praticamente só com os olhos de fora - Se calhar, és. - encolhi os ombros - Só espero que não tenhas ataques homicidas. - murmurei mais baixo.

Revirei os olhos e tentei enfiar-me mais debaixo da manta fechando os olhos. Queria ver quem tomava conta de mim quando fosse eu a ficar pior.
-Claro que tenho, quando me apetece matar mato toda a gente. - gozei revirand o os olhos.

Suspirei baixinho quando ele começou a gozar com aquilo e agarrei-me mais as mantas, ficando em silêncio a olhar para a Rachel que dormir toda agarrada ao corpo do Eric.

Baixei o olhar para ela quando não disse mais nada e ficou toda estranha.
-O que é que eu disse agora? - perguntei num resmungo revirando os olhos. Eles iam ficar tortos e a culpa era toda dela. Toquei-lhe no queixo e tentei leva-lo.

Encolhi os ombros enquanto o olhava nos olhos, o que tive de fazer porque ele me levantou o queixo - Tens uns olhos bonitos. - disse baixinho. Mordi o lábio e suspirei mais uma vez - Faz-me lembrar a minha mãe e a Mia.

Sorri um bocadinho quando ela me falou nos meus olhos e encolhi os ombros passando um dedo por um deles.
-São azuis, são normais. - encolhi os ombros - os teus é que são bonitos - toquei-lhe num olho ao de leve.

- São normais? - repeti enquanto abanava a cabeça - Não são nada normais. Os meus é que são normais. Quer dizer, nem isso. Ou são verdes ou são castanhos, não são normais. - fiz uma careta e deixei-me estar encostada a ele.