Quarto do Eric

- Então abre. - disse com um revirar de olhos quando ele voltou a sair da casa de banho e apontei para a porta do quarto dele - Abre já que eu quero ir embora, parvalhão. - cruzei os braços.

Coloquei a chave nos meus boxers e ri-me atirando-me para a cama e tapando-me até cima. - Não podes ir embora assim do nada, está toda agente em cima - disse baixinho abafado pelas cobertas.

Semicerei os olhos enquanto ele metia a porcaria da chave dentro dos boxers - Deixa-me sair daqui. - afastei as mantas para conseguir entrar na cama dele e lancei-me logo aos boxers - Dá-me essa porcaria, Eric.

-Não faças isso - queixei-me puxando as mantas para cima, mas arregalei os olhos consegui senti as mãos delas mesmo lá em baixo - ai isso também não - disse baixinho. - Não dou nada, não podes ir - resmunguei com um revirar de olhos.

- Não posso ir porquê? - revirei os olhos quando puxou as mantas para cima mas agradeci mentalmente. Estava com frio e continuava constipada. Mordi-lhe o braço e voltei a lançar-me para os boxers dele - O que é que queres para me dares a chave?

Abri os olhos tentando afastar as suas mãos dos meus boxers.
-Lilly, o que está dentro dos boxers não é um brinquedo - disse baixinho e fechei os olhos com força colocando as mão ali à frente para que ela não tirasse a chave. - estão todos lá em baixo, já vais embora, não é nenhum rapto, acalma-te. - tossiquei.

- Eu não passo por eles. - dei-lhe uma palmada nas mãos quando as meteu à frente dos boxers - Deixa-me sair daqui. - continuei a bater-lhe nas mãos - Diz-me o que queres. Nunca mais me tens de ver se é isso. Agora dá-me a chave.

-Passas sim, eles andam por todo o lado - disse encolhendo os ombros e escondendo a minha preciosidade juntamente com a chave. - Não quero nada - suspirei - tem calma, deixa a minha mãe ir trabalhar - pedi-lhe

- Eu vou pelo jardim às escondidas. - disse já a parecer uma criancinha - Dá-me a chave nojenta que escondeste nos teus boxers. - belisquei-lhe a perna e continuei a fazê-lo enquanto o olhava.

Abanei a cabeça quando ela continuou e deitei na cama ao meu lado, pousando por cima dela um braço e fiz com que ela estivesse parada.
-És pior que a minha irmã, pára quieta - resmunguei e enfiei a minha cabeça na almofada para me aquecer.

- Não faz mal, a tua irmã é fofa. - revirei os olhos e estiquei-me até lhe morder o nariz. Meti-me a espernear mesmo para o provocar e comecei aos gritos - Abre a porta Frederic Grant!

Cerrei o maxilar agarrando nos seus braços e metendo-me em cima dela enquanto a olhava. - Cala-te - gritei-lhe agarrando na chave e atirando-a para cima dela - vai-te lá embora, adeus.

Agarrei na chave quando ele ma atirou e revirei os olhos - Amén. - peguei na minha roupa toda, vestindo-a de seguida e meti-me à procura dos meus sapatos que não sabiam onde estavam. Ele conseguia irritar-me profundamente. Já tinha problemas que chegassem com o meu pai a ameaçar o Ben e tudo o mais e ainda tinha de aturar as merdas dele.

-Adeus, vai e não voltes nunca - disse caindo na cama enquanto ela se vestia e tapei-me totalmente passando uma mão pelo meu peito. Agora é que a minha mãe a ia ver e ia ficar toda maluca da cabeça. Já sabia como era. Fechei os olhos enfiando a cara na minha almofada e suspirei baixinho espirrando.

Estava a meter a chave na fechadura quando o ouvi espirrar e revirei os olhos. Aproximei-me da cama e fiquei encostada à mesma - Qual é que é o teu problema deles me verem? Não temos nada um com o outro para teres vergonha de mim. - cruzei os braços quando só me apetecia enfiar-me na cama e chorar.

Senti a cama a ir ligeiramente abaixo de um lado e revirei os olhos.
-Mas ainda aqui estás? - resmunguei fechando os olhos, mas virei-me para o lado que ela estava, não me mexendo mais - Não era suposto ires embora? Já tens a chave

- És tão estúpido. - atirei-lhe a chave à cabeça e fui enfiar-me dentro da casa de banho, trancando-me na mesma. Enfiei-me na banheira e liguei a água, sentindo-a a escorrer-me pela cabeça abaixo, molhando a minha roupa toda.

Abri os olhos quando senti uma coisa atingir-me a cabeça e agarrei na chave colocando-a em cima da almofada para que depois ela a visse. Revirei os olhos quando ouvi a água do chuveiro correr e fiquei paradinho à espera que ela aparecesse de novo.

Agarrei-me às minhas pernas e encostei o queixo aos meus joelhos enquanto sentia a água cair-me para cima. Era naqueles momentos em que eu gostava de ter a minha mãe, para a poder abraçar e falar sobre o que quisesse.

Levantei-me e antes que ela se tivesse a tentar matar abri a porta da minha casa de banho com jeitinho, porque ela estava estragada e eu conseguia abri-la mesmo que estivesse fechada à chave. Passei as mãos pelo meu cabelo e coloquei água quente a cair por cima dela, sentando-me no chão.

Levantei a cabeça quando o ouvi a sentar-se no chão da casa de banho e mordi o interior da cabeça com um suspiro - A minha mãe e a minha irmã morreram quando eu tinha dezasseis anos. - disse sem saber muito bem porque é que lhe estava a contar aquilo - Foi o meu pai que as matou.

Fiquei encostado ao azulejo frio da casa de banho e levantei o olhar para ela quando falou assentindo com a cabeça apesar de estar ligeiramente em choque. Fiz uma careta tentando dizer alguma coisa, mas acabei por não conseguir.
-Fui raptado uma vez, não gosto que me toquem - levantei uma sobrancelha e olhei em volta com uma cara estranha. Nunca tinha dito isto em voz alta, nem à minha mãe.

Fechei os olhos por um bocadinho e mordi o lábio inferior com força. O Frederic foi o motivo que me trouxe para aqui. Quero que descubras o que é que ele sabe. Sobre mim, sobre tudo. Não consegui sacar-lhe a informação toda da outra vez. Casas com ele, aproximas-te dele e descobres isso. Não vai ser muito dificil.
Sentei-me nos meus joelhos e encostei o queixo à borda da banheira, para o ficar a olhar - Desculpa. - pedi baixinho - Eu não sabia.

Encolhi um dos meus ombros e olhei para ela.
-Eu sei - disse desligando a água e levantei-me - Agora que a conversa da deprimência acabou - voltei ao normal - levanta-te - puxei-a para que o fizesse - e... e eu dou-te uma camisola para ires embora - encolhi os ombros dando-lhe uma toalha.

- Queres mesmo ver-me pelas costas. - disse com um suspiro enquanto saia da banheira e espremi o cabelo para tirar o excesso de água e de seguida fiz o mesmo à minha roupa, despindo-a até voltar a ficar em roupa interior.